segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MUDANÇA DE PLANOS

Depois de uma longa reunião e de um amplo debate de idéias, decidimos alterar nossa rota de ação: vamos interromper o processo de ensaios e aguardar a resposta do Prêmio Carlos Carvalho - Auxílio montagem.
Chegamos a conclusão que não há como fazer a peça sem dinheiro nenhum. Achamos que seria "queimar' o espetáculo realiza-lo sem o mínimo de condições financeiras, pois o resultado sempre fica comprometido por melhores que sejam as intenções e/ou as idéias.
A proposta de encenar este texto foi aventada antes da divulgação do referido edital da SMC. Com a possibilidade de concorrer a este prêmio de 20.000 reais, a expectativa de todos em relação ao resultado cresceu, modificou-se. Foi a partir disso que pensamos em chamar uma diretora, a partir disso repensamos a cenografia, o figurino e até mesmo o propósito a ser atingido com a encenação de Um Verdadeiro Cowboy.
Portanto, estamos de férias. Voltaremos ao trabalho após a divulgação do resultado do Prêmio, caso, é claro, nosso projeto seja o escolhido pela comissão.

ENFIM, UMA DIREÇÃO

Nosso primeiro ensaio com a presença da nossa diretora Liane Venturella foi supimpa. Realmente muito bom. Apresentamos a ela as cenas que havíamos preparado: as duas primeiras cenas da peça com o Velho e a Filha (eu e a Elisa) e duas cenas com o Velho e John Wayne (eu e o Marcelo). Como já escrevi eram apenas rascunhos de cena, com uma movimentação baseada nas rubricas da autora.
Depois, um longo bate-papo sobre a peça, sobre os personagens, sobre as atuações e sobre as grandes dificuldades, ou seja, sobre os desafios que teremos que superar para representar o drama criado por Marília Samper.
De resto, como é bom ter um diretor. Ou, no caso, uma diretora. Ainda mais, se tratando de quem se trata. Liane Venturella é uma das nossas mais importantes e brilhantes atrizes. Já há alguns anos ela vem se dedicando também à direção, e é nesta função que vem se agregar à montagem de Um Verdadeiro Cowboy.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

LOS TRES COWBOYS

Seguem os ensaios. Eu, e Elisa e o Marcelo estamos trabalhando diariamente, criando um "rascunho" dos personagens e da peça. É bastante difícil trabalhar sozinhos, ou seja sem a presença de um diretor para nos orientar e aprofundar as coisas que criamos. A tal visão de fora parece ser mesmo primordial para selecionar e organizar o trabalho dos atores. Mas, logo teremos conosco nossa diretora. E é para mostrar alguma coisa a ela que estamos trabalhando sobre algumas cenas do espetáculo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

COM A PALAVRA: JÚLIO CONTE

Porto Alegre, 03 de agosto de 2007

Temos vivido no teatro brasileiro e internacional uma celeuma relacionada à emoção. A forma toma um lugar dominante e autoritário a tal ponto que quase não sobra espaço para o humano nem para os afetos. Um temor pelo excesso e descambo em direção ao melodramático ou ao piegas provoca um efeito contrário e retroativo em direção ao escárnio, ao sarcasmo, ao niilismo e a banalização dos afetos. (...) Difícil sustentar um teatro que nega o mais que humano em nós. A emoção é uma arma poderosa para a compreensão dos eventos e dos fatos da vida. (...) Por isso, é mais do que saudável contar com um texto como Um Verdadeiro Cowboy entre os premiados do VI Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho.
(...) Impossível passar incólume. Valeu a pena ter sido jurado para conhecer Um Verdadeiro Cowboy.

Este depoimento de Júlio Conte, bem como o texto da peça, pode ser lido na íntegra no livro VI Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho, volume 1, editado pela Secretaria Municipal da Cultura em 2008. Júlio Conte é psicanalista, diretor de teatro e dramaturgo, e integrou a comissão julgadora do referido concurso.

MARÍLIA POR ELA MESMA

(...) Contudo, vim mesmo a nascer em São Paulo, em 3 de abril de 1974.
Em virtude do trabalho do meu pai, foram muitos os anos de minha vida que passei perambulando entre São Paulo, Corumbá, Salvador. Iraque, México, Guatemala, e Espanha, mu dando constantemente de residência. (...) Acostumada que estava àquela vida errática, não foi surpresa haver me dedicado a uma profissão também errante e instável como a do teatro. Essa paixão pelo palco nasceu quando ainda criança, cultivada amiúde ao longo de muitas e muitas vezes que meus pais me levaram para ver espetáculos infantis.
(...) Anos depois vim a estudar Arte Dramática em Sevilha e, posteriormente, Direção Cênica e Dramaturgia em Barcelona, onde moro desde o ano 2000. Tenho trabalhado em quase todas as áreas do teatro: atriz, diretora, contra-regra, chefe de palco (stage manager), road manager, além de professora de teatro e dramaturga. Dessa forma, creio haver passado mais horas de minha vida no útero envolvente das salas de espetáculo que em qualquer outro lugar. Porém, o interesse pela dramaturgia em si surgiu ao trabalhar como atriz em uma versão de Otelo - em uma montagem que esteve em cartaz durante dois anos e que circulou por toda Espanha e mais alguns outros países europeus. Nesse período, ao buscar algo com que me distrair, comecei a escrever. Assim nasceo 405, meu primeiro texto teatral. (...) Depois foi a vez de Menu do Dia... (...) Mensagem, Sob o Céu de York, Fosc (Escuridão), Uma Coisa Selvagem, são outros de meus textos. (...) Um Verdadeiro Cowboy é o meu texto mais querido e, que haja sido premiado na minha terra é profundamente emocionante e significativo para mim. Meu desejo agora é de que minhas histórias cativem o publico brasileiro da mesma maneira que têm cativado ao público espanhol. (Barcelona, Espanha, 6 de janeiro de 2008)

O texto integral deste depoimento de Marília Samper, bem como o texto da peça, pode ser lido no livro VI Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho, volume 1, editado pela Secretaria Municipal da Cultura em 2008. O livro reúne as peças premiadas em primeiro, segundo e terceiro lugar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ESTAMOS AVANÇANDO, COWBOYS


Nesta segunda (10/01/2011) começou mais uma semana de ensaios. Vagarosamente vamos experimentando nos situar na peça, nos personagens e no espetáculo. Por enquanto, estamos seguindo fielmente as rubricas da autora. Mas, sinto que estamos avançando na exploração deste novo universo.
Na área da produção também a coisa está andando: conseguimos contatar com a Marília Samper, autora do texto; estamos preparando o material para o edital lançado pela Coordenação de Artes Cênicas, e conseguimos uma diretora para integrar nossa equipe. Trata-se da atriz e diretora Liane Venturella (foto), que atualmente pode ser vista na peça DentroFora. (A foto é de Alex Ramirez)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

COWBOYS EM AÇÃO

Voltamos do recesso de final de ano e retomamos os ensaios. Estamos trabalhando desde o dia 3 de janeiro, principalmente, sobre duas cenas. A cena 1, abertura da peça, com a apresentação dos personagens Velho e Filha, e a cena 4, que introduz a presença de John Wayne. No próximo post escreverei mais sobre a peça, que a cada ensaio se mostra mais um pouco para nós.
A gente também tem se ocupado com a produção do projeto. Estamos trabalhando na proposta que vamos apresentar ao edital que foi lançado pela Coordenação de Artes Cênicas. É a primeira ação que visa buscar recursos para a realização do trabalho. É um dinheiro curto. Dinheiro para fazer peça de baixo orçamento, mas para quem, como nós, estava procurando maneiras de viabilizar a produção, será uma grana sempre bem-vinda.
Com a possibilidade de participar deste edital, mesmo sem saber se iremos ou não ser contemplados, o projeto cresce, toma outra direção. Agora já pensamos na possibilidade de buscar alguém para dirigir a peça. Já contatamos com um cenógrafo e o que era para ser um projeto "caseiro", começa a se transformar numa produção mais ambiciosa.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TRAGO BOAS NOTÍCIAS COWBOYS

Saí correndo no final da apresentação de Violência & Paixão (mais recente produção do Depósito de Teatro) e fui direto para o Teatro Renascença. Era dia 17 de dezembro, noite de entrega dos prêmios Açorianos e Tibicuera.
Quando cheguei a cerimônia já estava da metade para o final. Aproveitei para conversar com amigos. Falei com o Arthur de Faria (indicado pelos Solos Trágicos e por Wonderland), falei com o Camilo de Lélis (indicado por MilkShakespeare) e foi ele quem me deu a ótima notícia: havia sido anunciado pela Coordenação de Artes Cênicas um novo edital. Um novo prêmio de 20.000 para quem se aventurasse a escolher e encenar uma das mais de 20 peças premiadas pelo Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho.
É ou não é uma grande notícia para quem, mesmo sem saber, já está com a proposta em campo? Maravilha! Claro que vamos inscrever nosso projeto. É uma chance de levantar algum fundo para a produção da peça.

PRIMEIRO ENSAIO DOS COWBOYS


Como eu e a Elisa estávamos envolvidíssimos com a estréia de Violência & Paixão, combinamos com o Marcelo, somente outros dois encontros em novembro (dias 25 e 28), prometendo reler pelo menos mais quatro ou cinco vezes o texto e anotar idéias para a peça, cenas e personagens. Promessa que foi mais ou menos cumprida pelos três. Nossa idéia é criar o trabalho na forma de uma direção colaborativa.
Os ensaios começaram pra valer a partir do dia 14 de dezembro. Foram sete encontros preliminares onde lemos o texto juntos mais algumas vezes, assistimos filmes de John Wayne e Marilyn Monroe (os dois são personagens da peça) e discutimos muito sobre o projeto, o espetáculo, a produção.
Nós três ficamos muito animados com estes primeiros encontros.

MARÍLIA SAMPER, A AUTORA


A autora de Um verdadeiro cowboy é natural de São Paulo e atualmente trabalha como atriz e dramaturga na Espanha, atuando nas companhias andaluzas Viento Sur, La Matrona e no Centro Andaluz de Teatro. Recebeu, por duas vezes, o Prêmio de Autores Jovens Andaluzes com 405 (em 2000) e Menu do dia ( 2001).

NOVO PROJETO: UM VERDADEIRO COWBOY


Desde que faço teatro me deparo com uma mesma questão: que peça encenar? Que peça nos anima a alma que faça esquecer todos os projetos passados e arregaçar as mangas para começar tudo outra vez acreditando que desta vez será diferente?
Quando li pela primeira vez, há dois anos atrás, a peça Um Verdadeiro Cowboy, de Marília Samper, percebi que tinha nas mãos uma grande história, um drama em estilo clássico, maravilhosamente bem escrito e composto. Pensei: aí está uma peça boa de montar. Na ocasião, achei que o público também iria gostar de assistir uma peça que o emocionasse como esta. A peça ficou classificada em segundo lugar no VI Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho.
Esta idéia ficou na minha cabeça durante este tempo todo. No ano passado reli o texto e decidi, não só encenar a peça, como também "fazer" um dos personagens, o Velho. Convidei minha parceira Elisa Heidrich para encarnar a Filha. Faltava apenas o Cowboy, alguém para encarnar o mito John Wayne. Depois de pensar em muitos nomes, dei o texto para o Marcelo Johann. Ele leu e adorou. Topou na hora.
A idéia era começar a ensaiar no segundo semestre, mas não deu. Somente no dia 18 de novembro é que fizemos a primeira reunião. E aí, com um começo acertado começaram os ensaios de um novo projeto do Depósito de Teatro.